Investimento chinês na Namíbia rende US$ 4,6 bilhões por ano

Fonte: www.namibian.com.na
Matéria de 16/03/2015

A Namíbia é o lar de mais de 40 empresas chinesas que faturam cerca de US$ 4,6 bilhões por ano, segundo o embaixador chinês na Namíbia, Xin Shunkang. No total, as empresas empregam mais de 6 mil namibianos e atualmente, o valor dos investimentos das empresas chinesas na Namíbia é de cerca de US$ 3 bilhões.

A China e a Namíbia assinaram o Acordo de Proteção Recíproco de Investimento em agosto de 2005, enquanto um Ato de Investimento Estrangeiro ainda deve ser apresentado ao parlamento namibiano.

De acordo com o embaixador Shunkang, a embaixada encoraja as empresas chinesas a aumentar seus investimentos, aprofundar a cooperação com empresas nacionais e empregar mais mão de obra local.

Até agora, a Embaixada da China tomou diversas medidas para ajudar no desenvolvimento de habilidades para os namibianos, especialmente os jovens, com oficinas sobre saúde, gestão, agricultura e mídia, onde mais de 100 pessoas da Namíbia participaram. O embaixador chinês diz ainda que a embaixada também oferece bolsas de estudo para os namibianos através do Ministério da Educação para estudar na China.

Como parte da transferência de habilidades, a China está envolvida na construção do Centro de Treinamento da Juventude da Namíbia em Grootfontein, cerca de 460 quilômetros ao norte de Windhoek.

A maioria dos investimentos está concentrada nos setores de mineração e manufatura. No final do ano passado, o embaixador Shunkang, em outra entrevista, disse que a China estava discutindo a construção de uma linha férrea entre Tsumeb e o porto de Walvis Bay, estimada em mais de US$ 500 milhões.

“Uma empresa chinesa está em negociações com o Ministério de Obras e Transportes para construir uma ferrovia (linha) de Tsumeb a Walvis Bay, transportando carga e passageiros. A questão era como levantar os fundos. O Ministério tinha o orçamento, mas não conseguiu liberar os fundos a tempo. No entanto, a empresa chinesa disse que poderia fornecer os fundos para iniciar a construção, e o governo da Namíbia poderia pagar posteriormente”, disse Shunkang.

A China também estava pensando em construir uma rodovia moderna para a Namíbia conectando o Aeroporto Internacional de Hosea Kutako a Katutura, o distrito de Windhoek, para melhorar a infraestrutura de tráfego local. O embaixador chinês disse que este projeto deve custar mais de US$ 100 milhões. “Na China, temos um ditado: se você quer ser rico, é melhor construir uma estrada. Quando as pessoas se conectam umas com as outras, elas adquirem novas idéias”, disse ele.

Segundo Shunkang, o governo chinês estava trabalhando em pelo menos 10 novos projetos para a Namíbia, abrangendo vários setores, como transporte, educação e saúde. “De acordo com o Acordo de Cooperação Econômica e Tecnológica, a China forneceu à Namíbia ajuda gratuita de US$ 29 milhões em 2013 e US$ 16 milhões até o presente ano”, observou o embaixador.

De longe, o marco mais proeminente do investimento chinês veio na forma de uma joint venture entre a estatal chinesa General Nuclear Power Corporation (CGNPC) e a estatal de mineração Epangelo Mining, com a aquisição da Epangelo a mina de urânio Husab. Com o investimento total de longo prazo de US$ 5 bilhões, a Husab Mine fará da Namíbia a segunda maior produtora de urânio do mundo, fornecendo 2.000 empregos permanentes e 4.000 temporários, contribuindo com pelo menos 5% do PIB do país.

As empresas chinesas também planejam investir na produção de milho e tabaco na região do Zambeze. “O ambiente no Zambeze é muito bom e a terra é fértil. As empresas estão agora fazendo o trabalho preparatório. Assim que o projeto começar, ele criará empregos para 5 mil jovens”, afirmou Shunkang.